Breve história da costura

A costura nasce da necessidade primordial de nos protegermos das adversidades impostas pela natureza.

Evidências históricas indicam que a prática de costurar tenha tido origem no Paleolítico, com utensílios rudimentares e fibras naturais.

Com o passar dos tempos, não eram apenas as peles de animais que eram cosidas para criar vestes; o Homem aprendeu a tecer os seus próprios tecidos e com eles revolucionou a história da costura. Com os tecidos desenvolveram-se também o utensílios para costurar, que são inúmeros e que permitem as mais variadas formas de o fazer.

Com a revolução industrial, grande parte da costura manual foi substituída pela costura à máquina.

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MATERIAIS E UTENSÍLIOS

Aprender Costura 1 | aprender costura

UTENSÍLIOS DE COSTURA

A prática da costura pode envolver apenas um utensílio (a agulha) ou vários. Estes podem dividir-se em utensílios de: de marcação, de corte e de costura (propriamente dita).

Comece por marcar os seus tecidos. Para isso poderá precisar de uma fita métrica; de papel químico de costureira; de um rolete; de giz de alfaiate (azul para tecidos claros e branco para tecidos escuros); de uma régua, de um esquadro ou de um transferidor.

Seguidamente, proceda ao corte dos tecidos. As tesouras de costura (desenhada para cortar tecidos) são normalmente caras mas se forem bem cuidadas poderão durar muito tempo. Para isso, não corte cortar papel com elas (para isso use uma tesoura de papelaria) e evite deixá-las cair ao chão. Muito úteis são também as  tesouras de entalhe que por possuírem uma lâmina dentada, o seu corte evita que o tecido se desfie.

Como utensílios de costura temos: as agulhas (de variados tamanhos e espessuras que devem ser escolhidas em função da sua utilização); os alfinetes (de aço inoxidável ou niquelados, a sua espessura deve ser escolhida em função dos tecidos a fim de não danificar a sua estrutura); o dedal (existem com tamanhos diferentes por forma a se adaptarem ao seu dedo médio, da mão que segura a agulha, e facilitarem a costura sem se magoar).

Os utensílios para engomar são também de extrema importância neste tipo de actividade manual, principalmente na confecção.

TECIDOS E FIOS

Os fios deve ser escolhidos de acordo com o peso do tecido que pretende costurar. Assim, para tecidos leves poderá usar fios mais delicados como os de seda e para tecidos mais pesados deverá optar por fios de ou com poliéster. Os alinhavos devem ser cosidos com fio de alinhavo pois como é um fio pouco torcido permite que se rompa com facilidade para deixar apenas a costura definitiva.

Assim:

  • para tecidos de fibras naturais (ex: algodão, seda, linho) – usar fios de algodão ou de seda
  • para tecidos de – usar fios de seda ou de nylon
  • para tecidos sintéticos finos ou médios – usar fios de algodão ou de nylon
  • para tecidos sintéticos pesados – usar fios de poliéster ou de uma mistura de poliéster/algodão.
Aprender Costura 2 | aprender costura

NOTAS DA COSTURA

NOTA 1

Agulhas de Máquina

As agulhas para a máquina de costura devem ser escolhidas de acordo com o tecido que quer coser. A espessura e o tipo terá que se adequar à estrutura do tecido. Já o comprimento do ponto tem que ver com o peso do tecido; normalmente, quanto mais leve for o tecido mais curtos devem ser os pontos.

Para além das agulhas padrão, existem também agulhas duplas e triplas, para criar determinados efeitos e reforços.

Na tabela seguinte encontram-se alguns exemplos das correspondências entre os tecidos, as agulhas e os pontos.

Peso
do tecido
Tipo de tecido
(exemplos)
Tipo
de agulha

da agulha
Comprimento do ponto
(mm)
Leve (macio)chiffon/organza/crepe/tuleponta universal - tecidos
ponta arredondada - malhas
70 (9) - 80 (11)1 - 1.5
Leve (rugoso)cambraia fina/fustão/voile/organdi/bordado inglês/redesponta universal - tecidos
ponta arredondada - malhas
80 (11)1 - 1.5
Médio (macio)veludo fino/belbutina/seda/bombazinaponta universal - tecidos
ponta arredondada - malhas
80 (11) - 90 (14)1.5 - 2
Médio (rugoso)tafetá/ popelina/ linho/ sarja fina/ tweed finoponta universal - tecidos
ponta arredondada - malhas
80 (11) - 90 (14)1.5 - 2
Pesado (macio)veludo/ bombazina larga/ pano turco/ponta universal - tecidos
ponta arredondada - malhas
90 (14) - 100 (16)2 - 2.5
Pesado (rugoso)serapilheira/ lona/ tweeds/ denimponta universal - tecidos
ponta arredondada - malhas
ponta aguçada -denim
100 (16) -110 (18)2.5 - 3
Couro e Vinílicospelica/ verniz/ camurça/ couro e imitaçõesponta em facetada80 (11) - 90 (14)2.5 - 3

NOTA 2

Símbolos dos Moldes

Os moldes, normalmente, apresentam algumas linhas e símbolos que permitem desenhar a peça que quer fazer no tecido. São como guias de trabalho.

Alguns moldes são também multi-tamanhos, pois permitem adequar as suas medidas à medida do molde que seja mais próxima. Neste caso, o molde deverá apresentar-se com algumas linhas que se repetem junto à margens do mesmo.

(Veja mais sobre moldes no Básico da Costura).

Símbolos
Alguns dos símbolos mais comuns em moldes
simb_col_um_1linha de corte
(situa-se na margem exterior do molde)
linhas_de_corte_multi_medidaslinhas de corte multi-medidas
(indicam que tamanhos podem ser cortados)
simb_col_um_2sentido do fio do tecido
simb_col_um_10linha onde se situa a dobra
simb_col_um_12linhas de modificações
(indica onde o molde pode ser aumentado ou encurtado)
simb_col_um_14linha de costura
(situa-se junto da linha de corte)
simb_col_um_16margem da costura
simb_col_um_18margem da bainha
simb_col_dois_03casa para botão
simb_col_dois_18posição do botão
simb_col_dois_11combinação da casa e do botão
simb_col_dois_24posição do colchete de mola
simb_col_tres_58posição do fecho éclaire
Símbolos
Alguns dos símbolos mais comuns em moldes
simb_col_dois_30pinça
simb_col_dois_36prega
simb_col_dois_42barra que leva o cordão ou fita por dentro
simb_col_dois_47proeminência do peito ou dos quadris
simb_col_tres_03marcas que devem ficar bem vincadas no tecido através do molde (indicam pontos de união ou algum detalhe específico)
simb_col_tres_033simb_col_tres_34simb_col_tres_44pontos de junção rigorosa das peças

NOTA 3

Passar-a-Ferro

A tarefa de passar-a-ferro entre costuras é muito importante na confecção. Trata-se de mais uma etapa da própria confecção em si, e por esse motivo não deve ser omitida para que a sua peça fique perfeita.

Existem muitos utensílios que ajudam a facilitar esta tarefa e outras que pode ser você a criar como, por exemplo, a almofada para passar colarinhos.

Quando estiver a passar as peças inacabadas, não se esqueça de retirar todos os alfinetes porque estes podem danificar o ferro ou o tecido.

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BÁSICO DA COSTURA

MEDIDAS & MOLDES

Existem moldes para criar as mais variadas peças. Na confecção de roupa, os moldes correspondem a um conjunto de medidas padrão que se agrupam formando um determinado tamanho de molde. Pode comprar um molde com o número que corresponde às suas medidas ou pode você mesma criar os seus próprios moldes com as suas medidas.

Mas antes de comprar ou de fazer os moldes, é necessário tirar as medidas antes.

TIRAR AS MEDIDAS

Para que as medições sejam mais rigorosas, é preferível que esteja descalça, em roupa íntima e que tenha o auxílio de outra pessoa.

Na confecção de roupa que lhe assente bem necessita das seguintes medidas, que deverá tirar com uma fita métrica e apontar num papel.

NOTA: O perímetro do peito não está incluído nas medidas que acompanham os moldes. No entanto, sempre que se verificar uma diferença de 5cm ou mais entre os perímetros do peito e do busto, deve guiar-se preferencialmente pela medida do peito como mais exacta.

COMPRAR UM MOLDE

Existem tabelas de correspondência de tamanhos para que possa guiar por elas e perceber qual o número que corresponde às suas medidas. Se as medidas não corresponderem exactamente a nenhum dos tamanhos, escolha aquele que exigirá menos modificações básicas.

NOTA: tenha em atenção que o seu tamanho de molde pode não corresponder ao mesmo tamanho que habitualmente compra na loja!

Para além dos tamanhos, os moldes à venda no mercado também podem trazer consigo outras informações importantes para a confecção de uma determinada peça. Por exemplo: a quantidade (em metros) de tecido que irá necessitar (correspondente às suas medidas); a largura do tecido e a direcção do fio ou a forma como deverá dispor os moldes sobre o tecido.

FAZER UM MOLDE

Dependendo da complexidade da peça, a tarefa de fazer um molde poder ser um trabalho mais difícil. Quanto maior for a prática de costura, mais desenvolta se torna a capacidade de idealizar uma peça e construir os seus moldes.

Comece por praticar fazendo um molde que usará como referência. Para isso terá que tirar as medidas necessárias à criação da peça e terá que fazer algumas provas com as peças alinhavadas apenas. Depois de provar e ajustar o que for necessário poderá, a partir daí, desenhar o molde em papel grosso e usar esse mesmo molde como referência para as suas peças futuras.

MARCAÇÃO & CORTE

Um dos aspectos mais importantes da marcação é a leitura da direcção dos fios ou do pêlo e/ou do estampado, do tecido que possui e quer trabalhar. Este factor ditará a forma como o tecido “cairá” depois terminada a peça. Tenha sempre este aspecto em atenção antes de marcar e cortar o seu tecido.

MARCAÇÃO DIRECTA

Com o tecido bem esticado, e de preferência preso, trace as figuras pretendidas com a ajuda de instrumentos geométricos (régua, esquadro…). Marque com giz branco os tecidos escuros e com giz azul os tecidos claros, no ado avesso do tecido.

Se marcar uma forma directamente no seu tecido, não se esqueça de adicionar as margens de costura às suas medidas. Por exemplo, se quiser marcar dois quadrados de 40×40 cm para fazer uma almofada, terá que adicionar uma pequena margem em torno desses mesmos quadrados, para posteriormente coser pela marcação mais interna.

MARCAÇÃO COM MOLDE

Se possuir um molde para criar uma determinada peça terá que dispor as partes que constituem o molde sobre o tecido que possui. A forma como as irá dispor não deverá ser aleatória, existe uma ordem que deverá seguir.

Sobre o tecido dobrado e no seu lado avesso, fixe as diferentes partes do molde no tecido com a ajuda de alfinetes, tendo sempre em atenção a direcção do fio do tecido/ do pêlo do tecido ou do estampado do tecido, conforme o caso. Fixe os alfinetes sobre as partes do molde, posicionando-os em diagonal, paralelamente à linha de corte.

CORTE DO TECIDO

Antes de cortar o seu tecido, verifique se todos os passos foram cumpridos:

  • se estão dispostas sobre o tecido todas as partes do molde;
  • se a posição das partes do molde respeita  o sentido do fio do tecido/ ou o pêlo/ ou dos motivos de um estampado;
  • se o tecido está bem esticado e não existe nenhuma dobra ou vinco sobre as partes do molde;
  • se colocou o lado correcto das partes do molde sobre a linha de dobra (caso o tecido esteja dobrado) e se essa mesma dobra está bem feita;
  • se todo o tecido está sobre uma superfície plana e se a tesoura que possui está em condições de fazer um corte preciso.

Depois de verificar se reúne todas as condições para proceder ao corte já poderá cortar todas as partes do molde.

De seguida, com as partes do molde já cortadas, transfira todas as marcações necessárias para o tecido.

NOTA: se utilizar um rolete para fazer as marcações, não se esqueça de colocar o papel químico de costura por debaixo do molde.

COSTURA À MÃO

A costura à máquina não substitui completamente a costura à mão. Pelo contrário, os pontos à mão são indispensáveis em quase todos os tipos de confecções.

A costura à mão é muito necessária para alinhavar uma peça e traçar as linhas condutoras da costura à máquina e existem muitos tipos de acabamentos que exigem que a costura seja finalizada à mão.

Para começar a costura à mão, poderá necessitar de fazer um com os seus dedos, na extremidade do fio com que vai coser. Muitas vezes o nó é substituído por um pequeno número de pontos atrás (sobrepostos) que para além de evitarem que o fio se solte do tecido, disfarçam a saliência no tecido formada pelo nó.

A costura à mão deve ser feita pelo lado avesso do tecido e, habitualmente, é feita da direita para a esquerda.

Os pontos devem ser escolhidos de acordo com o objectivo final que se pretende mas tendo sempre em consideração o tipo de tecido que vai trabalhar. Entre os pontos mais utilizados na costura à mão estão os pontos: de alinhavo; atrás e de cobertor.

ALINHAVAR

Os alinhavos são pontos de marcação. Aplicam-se este pontos para fazer as costuras provisórias, para unir duas ou mais parte de um tecido,  para marcar a localização de bolsos, para criar as pregas, entre outras. Muitas vezes utiliza-se um fio de cor diferente da costura que será permanente para ser mais fácil de identificar e  poder removê-los.

PONTO ATRÁS

Este ponto permite fazer costuras resistentes e é o ponto mais indicado a ser feito se fizer uma peça toda cosida à mão. É, geralmente, utilizado para contornar em linhas rectas.

Tente sempre fazer os pontos com o mesmo comprimento e de preferência curtos.

PONTO DE COBERTOR

Este ponto é muito utilizado para fazer o caseado em torno da orla de um tecido.

Se estes pontos forem feitos muito juntinhos, chama-se o ponto de casear e é muito utilizado para casear casas de botões ou margens de tecidos, criando uma margem firme.

NOTA: todos estes pontos são também muito utilizados no bordado.

COSTURA À MÁQUINA

Existem muitos tipos e marcas diferentes de máquinas de costura no mercado mas o princípio por trás do seu funcionamento é basicamente o mesmo para todas elas.

A máquina sozinha não faz todo o trabalho de costura, é necessária também uma boa sincronização entre as suas mãos e o(s) seu(s) pé(s) e que seja respeitada toda a sequência de passagem do fio até ao ponto da costura no tecido. Esta sequência vai criar a tensão necessária para formar pontos perfeitos e uniformes.

Então, e antes de dar qualquer passo, consulte a manual de instruções da sua máquina e conheça bem o nome das principais partes que a constitui e a sua funcionalidade.

Fica aqui apenas uma imagem ilustrativa das partes que constituem uma máquina de costura e a sua localização.

Agora que já conhece a sua máquina, terá que proceder ao enrolamento da bobina e à sequência de passos que representam o enfiamento de linha na parte superior e na parte inferior.

ENCHIMENTO DA BOBINA

A bobina (pequeno “carrinho de linhas”)  fornece a linha para executar a parte inferior de cada ponto.

O enchimento da bobina é feito, habitualmente, algures na parte exterior da máquina de costura. Consulte o seu livro de instruções para descobrir onde deve cumprir esta etapa.

Encha a bobina de modo uniforme, garantindo que a linha se distribua do mesmo modo em todo o seu comprimento.

Depois de cheia, coloque a bobina na respectiva caixa da bobina que, normalmente, se encontra logo abaixo da chapa metálica onde o pé calcador executa a parte superior dos pontos e faça sair a linha pela ranhura dessa caixa.

ENFIAMENTO DA LINHA SUPERIOR

Aqui se apresenta uma forma simplificada de como fazer o enfiamento da linha superior.

Mas, como cada máquina tem a sua sequência, certifique-se onde se encontram exactamente estas partes da máquina que garantem a perfeita sequência do enfiamento da linha e mantêm a linha na tensão perfeita para executar os pontos.

ENFIAMENTO DA LINHA INFERIOR

  1. Segure a linha que se encontra já posicionada na agulha. Com a outra mão, faça girar o volante de modo a baixar a agulha o mais possível até à bobina.
  2. Depois volte a girar o volante mas no sentido contrário, fazendo a agulha elevar-se ao seu ponto mais alto – nesta fase a agulha deverá trazer consigo uma laçada de linha da bobina.
  3. Puxe pela laçada de linha de modo a encontrar a ponta da linha e depois puxe mais um pouco da mesma para, também aqui, deixar um pequena ponta solta de pelo menos 10 cm.
  4. Fazendo passar ambas as pontas soltas por baixo do pé calcador, puxe-as para trás pela sua direita.

Até conseguir encontrar a tensão da linha perfeita e a força ideal exercida sobre o pedal, pratique com alguns trabalhos de menor importância ou com retalhos sem utilidade.

FECHOS
Os fechos são parte integrante de quase todas as peças de vestuário e outras. Os tipos de fechos mais utilizados são os:

  • colchetes – de gancho ou de mola;
  • fita de velcro;
  • botões – de orifícios (2 ou 4 furos) ou de pé (com orifícios ou forrados com tecido);
  • fecho éclair (ou zíperes) – metálicos ou de nylon.

COLCHETES

São fechos com um sistema macho e fêmea. Os de gancho aplicam-se quando se quer que a peça feche num determinado ponto mas que não se vejam os fechos, isto porque os colchetes de gancho são quase sempre cosidos no lado avesso das peças. Nos colchetes de mola, a pressão exercida no fecho é maior, fazendo com que estes se abram com menor facilidade que os de gancho.

FITA DE VELCRO

Também corresponde a sistema macho e fêmea. A fita é composta por duas partes que “encaixam” uma na outra. São cosidas na peça de modo a ficarem paralelas uma à outra e quando pressionadas, uma contra a outra, as suas formas “encaixam-se”.

BOTÕES

Os fechos com botões exigem que exista uma “casa” onde estes ficam presos. Os botões com orifícios exercem uma maior pressão sobre a casa que os botões de pé. Os botões escolhem-se segundo o gosto pessoal (quantos mais orifícios – mais preso fica ao tecido), com a pretensão de combinar ou contrastar com a peça elaborada, já que este tipo de fechos fica quase sempre visível. Os botões de pé podem ser botões forrados com tecido, criando a possibilidade de forrar com o mesmo tecido do resto da peça.

FECHO ÉCLAIR

É um fecho composto por dois trilhos dentados que se unem por meio de um cursor. Um dos primeiros aspectos a considerar é o tipo de material onde o fecho vai ser aplicado, sendo que os fechos de nylon são mais versáteis e os fechos metálicos aplicam-se mais a tecidos mais pesados. Outro aspecto a considerar é o tipo de fecho que se aplica à peça em questão pois existem fechos que possuem um “travão” e só abrem até um determinado limite e existem fechos que abrem completamente, separando duas partes da peça nesse ponto.

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OUTRAS TÉCNICAS

PATCHWORK

O patchwork refere-se a um tipo de trabalho de costura em que se combinam retalhos de tecidos de várias cores ou estampados, criando variados efeitos visuais. Embora seja comummente usado para fazer colchas, o patchwork também se pode aplicar em peças como saias, malas, etc.

Os patchworks mais simples são compostos por retalhos com a mesma forma e os mais complexos são compostos por retalhos de vários tamanhos e formas diferentes. Podem também fazer-se aplicações de tecidos sob a forma de objectos estilizados. Dependendo do padrão que escolher para fazer o seu trabalho, poderá aplicar-se melhor a costura à mão ou a costura à máquina.

DESENHAR UM PADRÃO

Antes de começar e de comprar o tecido, defina que padrão quer fazer e calcule quantas peças necessitará para fazer a peça do tamanho que deseja. Nesta fase deverá também ter em consideração as cores que vai aplicar e o respectivo efeito em que essa combinação irá resultar.

A melhor forma de visualizar o padrão, com as suas cores e feitios, é fazer pequenos esquemas em folhas de papel quadriculado. A partir destes esquemas é que poderá melhor traçar um plano daquilo que precisa para fazer o seu trabalho. Exemplo:

CONSTRUIR OS MOLDES

Depois de ter delineado o seu padrão, vai ter que construir os moldes, em papel, que irão constituir o modelo desse mesmo padrão.

Para isso irá necessitar de instrumentos de medição. Para figuras de linhas rectas (quadrados, triângulos…) use régua e esquadro. Para figuras curvas use compasso e transferidor.

Para criar os escantilhões (moldes) terá que proceder aos seguintes passos:

  1. desenhar em papel quadriculado e no tamanho real, o conjunto de figuras que correspondem ao modelo que escolheu para criar o padrão que deseja;
  2. recortar, cuidadosamente, todas as formas que constituem esse modelo;
  3. trace o contorno das figuras anteriormente recortadas sobre um papel grosso e recorte estas figuras – estas corresponderão aos escantilhões de marcação;
  4. volte a usar as figuras recortadas no passo 2, voltando a colocá-las sobre um novo papel grosso. Neste papel deverá desenhar novamente as mesmas figuras mas desta vez após traçar uma margem de acrescento de 0,5 cm em torno de todas elas – estas figuras corresponderão aos escantilhões de corte.

NOTA: em alternativa aos escantilhões de marcação e de corte faça um molde com uma janela (inclui o tamanho real e a margem dentro do mesmo molde!).

Marque o tecido com um lápis ou com giz de alfaiate.

COSTURA DAS PEÇAS

A costura das peças de patchwork obedece a uma ordem sequencial que deve ser predefinida inicialmente. Por isso, antes de começar a costurar, faça um esquema à mão de como será a ordem que deverá seguir.

Também necessita saber previamente que tipo de costuras fará, onde aplicá-las e como serão feitas, se à mão ou à máquina.

A forma como serão feitas as costuras vai depender das formas e dos motivos. Antes de juntar as peças necessita deixá-las prontas, dobrando as margens e alinhavando-as para trás. Para lhe facilitar esta tarefa, centre o escantilhão de marcação e fixe-o no centro do tecido com um alfinete (no lado avesso). Com as margens voltadas, passe-as a ferro para que fiquem vincadas ou alinhave-as.

A junção das peças pode ser feita em carreiras, em secções (pavimentos) ou numa peça única.

ACOLCHOADOS

Os acolchoados dizem respeito a uma uma técnica de lavores que consiste em preencher com um enchimento entre duas partes de tecido.

Para que este enchimento fique fixo no interior destas das partes, fazem-se pontos por forma a unir as duas partes e a criar um determinado motivo.

TECIDO

Para a camada superior do acolchoado, escolha tecidos leves, com uma espessura média e opacos (ex: popelina, pano de lençol, etc). Este tipo de tecidos facilita a tarefa de criar um motivo com pontos corridos de modo a que fique perceptível.

A camada inferior do acolchoado já não é necessário que seja tão leve como o tecido da camada superior. Pode até ser diferente na cor ou no estampado, de acordo com os seus gostos.

ENCHIMENTO

O enchimento dos acolchoados pode ser de origem natural (ex: algodão ou lã) ou de origem sintética (poliéster).

Qualquer um deles torna o acolchoado quentinho mas quando tiver que optar, não se esqueça de ter em consideração o uso que irá dar à peça e as vezes que irá necessitar lavar. Normalmente, os enchimentos de origem natural tendem a deformar-se com o uso e os de origem sintética mantêm a forma mais facilmente.

MOTIVOS

Os motivos desenhados sobre um acolchoado podem ser “mais que muitos”!

No entanto, pode fazer um acolchoado:

  • contornando motivos já existentes no tecido da camada superior (ex: patchwork). O contorno destes motivos fará com que o esquema escolhido sobressaia mais.
  • fazendo motivos geométricos sobre o tecido, usando pontos corridos (ex: quadrados – desenhados a partir de linhas horizontais ou diagonais).
  • desenhando, através de pontos, figuras estilizadas (ex: flores).

Mas antes de desenhar o motivo sobre o tecido, passe-o bem a ferro e, de seguida, determine o centro do tecido (marque este ponto com alguns alinhavos à mão com uma cor de contraste).

Esquematize o motivo que quer criar num papel e certifique-se que as medidas de tecido que possui são as necessárias para desenhar esse mesmo motivo. Depois de se certificar que tem tecido que chegue e que este está bem esticado, transfira o motivo que escolheu para o seu tecido (com papel químico de costureira+lápis ou stencil+giz de alfaiate, ou outros utensílios de marcação).

COSTURA

Os acolchoamentos podem ser cosidos à mão ou à máquina.

A costura à mão é preferencial quando se tratam de colchas grandes pois o volume da peça irá tornar difícil de a manobrar sobre a máquina. Na costura à mão é necessário tentar fazer pontos pequenos e o mais uniformes possível no que respeita ao seu comprimento. Use agulhas compridas e escolha a sua espessura de acordo com o tecido que vai usar. Não use fios com mais de 50 cm cada, a fim de evitar que se esteja sempre a emaranhar.

A costura à máquina, uma vez que produz pontos mais precisos, aplica-se para fazer peças pequenas de acolchoados ou então acolchoados feitos em partes ou em blocos.

MARGENS

As margens dos acolchoados podem ser feitas de variadas formas mas as mais utilizadas são:

  • as margens onde se cria uma orla em torno do tecido da camada superior a partir do tecido da camada inferior – neste caso é necessário que o tecido da camada inferior seja maior que o da camada superior;
  • as margens de ambos os tecidos são voltadas “de face” uma para a outra.

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